OURO NEGRO
Das fogueiras nas cavernas e o
surgimento da roda até as plataformas de petróleo e os velozes carros
esportivos, a humanidade percorreu um longo caminho na busca de formas mais
potentes de energia e de transportes mais velozes. Embora o petróleo tenha sido
usado desde a Antiguidade, a perfuração dos primeiros poços comerciais no
século XIX significou uma revolução para a humanidade. Desde então, os produtos
derivados do petróleo se tornaram indispensáveis para a vida moderna.
Entre os avanços importantes
neste campo, figura o desenvolvimento de novas tecnologias para o processamento
e refino do óleo cru, bem como para a exploração de petróleo em águas
profundas, da qual o Brasil é um dos pioneiros. Catalisadores reduziram a
liberação de substâncias tóxicas durante o processo de refino da gasolina.
Conversores catalíticos controlam as emissões de monóxido de carbono, óxidos de
nitrogênio e de hidrocarbonetos dos automóveis, reduzindo a poluição ambiental.
A grande promessa nos dia de hoje é o petróleo do pré-sal , encontrado abaixo
dos 7 mil metros de profundidade, principalmente nas bacias de Campos, Santos e
no Espírito Santo, um poço mais profundo e com novos desafios para engenheiros
e químicos.
O desenvolvimento dos plásticos,
a partir do petróleo, revolucionou os transportes, com a substituição de
metais, melhorando a eficiência energética. Polímeros especiais introduziram
inovações no design, no conforto, na
durabilidade e na segurança dos automóveis. Revestem vidros, protegendo contra
a ofuscação; estão presentes em airbags
e pneus mais resistentes e menos poluentes.
COMBUSTÍVEIS MENOS POLUENTES
Na busca de combustíveis mais
baratos e menos poluentes e de reduzir a dependência do petróleo, o Brasil
lançou em 1975 o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), assumindo a vanguarda
no uso de biocombustíveis. Processos químicos inovadores contribuíram para o
sucesso do etanol, cuja adição à gasolina hoje é obrigatória. Atualmente, o
mercado do álcool combustível encontra-se em franca expansão, principalmente
com o desenvolvimento da tecnologia bicombustível, que permite ao motor
funcionar com álcool ou gasolina. O Brasil lidera a produção e as vendas desses
carros no mundo.
Obtido principalmente de óleos
vegetais por meio de tecnologias simples e com preço competitivo, o biodiesel é
um combustível derivado de fontes renováveis, assim como o álcool. A cadeia
produtiva do biodiesel aproveita o resíduo do bagaço dos vegetais, como a soja,
o girassol, o dendê e a mamona, entre outros, e resulta em outros coprodutos,
como farelos, capazes de gerar renda. O mesmo processo leva à fabricação de
glicerina, que possui diversas aplicações na indústria química.
SEM MEDO DE VOAR
Em 1783, o homem voou pela
primeira vez em um balão movido a ar aquecido por uma chama. Começava então a
corrida para a conquista dos céus, com o emprego de novos combustíveis, como o
hélio e o hidrogênio, no caso dos balões, e derivados de petróleo de alta
octanagem para as aeronaves. As viagens espaciais exigiram o desenvolvimento de
novos compostos químicos, como propelentes sólidos à base de alumínio e
perclorato de amônio como oxidante e aglutinante.
Os avanços na química de
materiais levaram ao surgimento de ligas metálicas de alumínio e titânio,
permitindo a fabricação de naves mais leves, estáveis em altas temperaturas e
resistentes à corrosão. A exploração do espaço exigiu ainda o desenvolvimento
de trajes e equipamentos, capazes de proporcionar mobilidade aos astronautas,
estabilidade de temperatura e proteção contra a radiação.
Hoje, nanotubos de carbono tem
sido usados para reforçar as asas dos aviões. Eles elevam ainda a condutividade
elétrica do material em mais de um milhão de vezes, tornando as naves menos
sujeitas aos danos causados pelos relâmpagos.
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