quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Feira de Ciências - ALIMENTOS



 SOLOS MAIS FÉRTEIS
Ao revolver, irrigar, adubar e semear a terra, o homem pré-histórico iniciava sua interferência na Química do solo, em busca de mais alimentos. A revolução agrícola do Neolítico levou ao surgimento de sociedades sedentárias, reunidas em vilarejos, que modificaram radicalmente o ambiente. O desenvolvimento da agricultura possibilitou a ampliação da oferta de alimentos e a domesticação de plantas e animais. Hoje, fertilizantes químicos corrigem deficiências nos solos, aumentando sua produtividade.
Um dos grandes progressos na agricultura ocorreu aqui mesmo no Brasil. Johanna Dobereiner, pesquisadora do Embrapa, descobriu que bactérias, com as da família Rhizobiaceae, eram capazes de transformar o nitrogênio existente no ar em formas que podiam ser absorvidas por plantas e animais. A técnica de fixação biológica do nitrogênio fez com que o Brasil se tornasse uma das maiores potências agrícolas e possibilitou que milhões de pessoas tivessem acesso a alimentos mais baratos e saudáveis.
Outro avanço importante foi o desenvolvimento da técnica de encapsulamento, que permitiu a liberação gradual dos adubos, evitando, assim, o excesso de fertilização, danoso para o ambiente.

A REVOLUÇÃO VERDE
As possibilidades são enormes: plantas com resistência ao frio, à seca ou à salinidade ou capazes de produzir compostos farmacêuticos. Um exemplo é o arroz dourado, bioquimicamente alterado para produzir provitamina A, combatendo a cegueira e outras doenças.
No esforço para produzir alimentos suficientes para nutrir os novos  bilhões de habitantes que surgirão na Terra nos próximos anos, destacam-se os pesticidas, que protegem as plantações dos danos causados por fungos, insetos e outras pragas, bem com destroem mosquitos e os vetores de doenças humanas. Atualmente, a Química dedica-se à síntese de novos compostos, mais econômicos e menos tóxicos para a saúde e o ambiente.
Há milhares de anos, o homem vem domesticando animais e vegetais. Num processo longo e contínuo, sociedades de diferentes regiões geográficas dedicaram-se ao melhoramento de espécies animais e vegetais, atuando sobre a variabilidade pré-existente.
O desenvolvimento das técnicas de engenharia  genética tem permitido a melhoria de espécies vegetais e animais, o que possibilitou o aumento da produção e o surgimento de variedades de maior valor nutritivo. Hoje já se desenvolveu plantas transgênicas resistentes a herbicidas e a pragas. A tecnologia do DNA recombinante vem sendo usada no enriquecimento de vegetais, aumentando, por exemplo, seu valor protéico.

 SABOR COM SAÚDE
A Química tem desempenhado um papel importante na busca por alimentos saudáveis e, ao mesmo tempo, apetitosos. Avanços nas técnicas de fabricação permitiram a criação de alimentos processados e industrializados. Para isso, foi fundamental o desenvolvimento de aditivos, como corantes, estabilizantes e aromatizantes.
O entendimento da bioquímica dos alimentos revolucionou a nutrição, oferecendo soluções para deficiências dietéticas e a desnutrição causada por falta de vitaminas e possibilitando a fabricação dos alimentos enriquecidos. Permitiu ainda o desenvolvimento de compostos protéicos, contribuindo para a qualidade de vida de idosos, esportistas, crianças e pessoas com alergia ou doenças metabólicas.
Outra importante contribuição para a saúde foi a síntese dos adoçantes artificiais, como a sacarina e o aspartame, tornando mais saborosa a alimentação de diabéticos e outras pessoas que precisam controlar a ingestão de açúcar.

 A VARIEDADE NAS PRATELEIRAS
Análises químicas permitem o controle de qualidade dos produtos à venda, mediante testes rápidos que detectam a presença de micróbios contaminantes e evitam epidemias alimentares.
As embalagens também ajudam a preservar os alimentos durante a preparação, o transporte e a venda. Materiais tradicionais, como vidro, papel e metal, vem sendo substituídos por polímeros, como o filme plástico e o PET, que evitam a entrada do oxigênio, umidade e micro-organismos. Recentemente, surgiram as embalagens inteligentes, produzidas a partir de bioplásticos e biossensores, e capazes de sinalizar se o alimento está contaminado ou se está pronto para ser ingerido, indicando seu grau de amadurecimento.
Uma das grandes preocupações da sociedade é a conservação dos alimentos. Ao longo dos tempos, foram empregados diferentes métodos , como a defumação, secagem ao sol, salgamento, fermentação, pasteurização, entre outros. O desenvolvimento dos gases refrigerantes mudou o conceito de preservação, possibilitando o armazenamento por longos períodos e o transporte à longa distância de alimentos frescos, com segurança. Novas tecnologias aumentam o tempo de duração destes produtos nas prateleiras dos mercados, com a secagem a frio (liofilização), o congelamento profundo, a irradiação, o congelamento de alimentos pré-cozidos e o preparo de concentrados líquidos.

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